A amamentação é um presente, uma das maiores demonstrações de amor que a mãe pode dar ao seu filho. A troca de afeto entre mãe e filho certamente gera uma realização na mulher e promove sentimentos de segurança e proteção no bebê. Sabemos que o leite materno é a nutrição ideal.
Reduz o número de mortes infantis diminuindo a incidência de doenças como: diarréia, infecções respiratórias e alergias. Interfere positivamente na morbidade, já que diminui riscos de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade ao longo da vida. Melhora o desenvolvimento bucal e tem efeito benéfico na inteligência da criança. Além de tudo isso, a amamentação tem impacto econômico pois reduz custos financeiros para a família.
Existem subtipos de aleitamento materno, definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), são eles:
Oferta apenas de leite materno ao bebê, por sucção direta da mama ou por ordenha manual, sem que haja a ingestão de outros líquidos ou sólidos.
Oferta predominante de leite materno ao bebê, porém também ocorre a ingestão de outros tipos de líquido como água, sucos, chás, dentre outros.
A oferta de leite materno, independente de outros líquidos ou alimentos sólidos.
Oferta de leite materno e também de alimentos sólidos. Não ocorre uma substituição do leite materno, apenas uma complementação.
ocorre a ofeta de leite materno e de outros leites (vaca, cabra e outros).
O leite materno difere de mãe para mãe, cada uma produz leite com uma composição única, exclusiva e ideal para seu bebê. Porém todas passam por algumas fases de produção em comum:
Muito importante para a proteção do bebê pois é rico em proteínas e imunoglobulinas (proteínas com a função de defesa no organismo), as quais reagem à entrada de substâncias estranhas (vírus, bactérias, etc.) ao organismo. Geralmente tem uma coloração mais clara, amarelada e é produzido do primeiro ao quinto dia após o nascimento.
Vem logo após o colostro, até o décimo quinto dia após o nascimento. Sua coloração já é mais opaca e branca. Sua composição predominante é de lactose e gorduras.
Como o próprio nome diz, é o leite com todos os componentes essenciais para o desenvolvimento da criança. Sua coloração varia entre o amarelo e branco e sua produção se inicia por volta do décimo sexo dia de nascimento.
Com certeza é normal, já que a composição do leite varia e a concentração dos nutrientes também, principalmente durante a mamada. O leite do início da mamada, conhecido como anterior, é mais rico em água, eletrólitos, vitaminas, minerais e anticorpos.
Portanto são mais claros e esbranquiçados, À medida que a concentração de caseína (proteína frequente no leite de mamíferos) aumenta, esse leite vai se tornando mais opaco.
Ao final da mamada, o leite posterior, mais rico em betacaroteno, ácidos graxos e lipídios, torna-se mais amarelado. Importante lembrar que a ingestão desse leite posterior que proporciona a saciedade ao bebê já que é mais rico em energia (caloria).
E por isso é tão importante deixar a criança no seio até esvaziar a mama. Portanto, não existe tempo exato em que se deve deixar o bebê sugando o seio materno, já que o ideal é esvaziá-lo e isso pode variar de acordo com cada criança e em diferentes momentos do dia ou da idade do bebê.
Boas técnicas de amamentação são aquelas que auxiliam o bebê a retirar o leite do seio de forma eficiente, sem machucar os mamilos da mãe.
A pega errada, além de machucar a mama, pode levar a uma redução da produção do leite materno e ganho inadequado de peso do bebê, já que o mesmo tem dificuldade em esvaziar completamente a mama e não consegue extrair o leite posterior, mais calórico.
Pela Organização Mundial de Saúde (OMS), existem algumas características importantes que determinam se o posicionamento e a pega estão corretos.
A posição correta para amamentar é realizada com o bebê bem apoiado, corpo próximo ao da mãe, cabeça e tronco alinhados, rosto de frente para mama e com o nariz na linha do mamilo.
A pega correta na amamentação ocorre quando o bebê está com a boca bem aberta, lábio inferior virado para fora ("boquinha de peixe"), queixo tocando a mama e mais aréola visível acima da boca do bebê.
A OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, recomendam o aleitamento materno por 2 anos ou mais. Portanto, a duração da amamentação deve ser em média, de dois a três anos.
A duração ideal do aleitamento materno exclusivo é até os 6 meses de vida. Dos 6 meses aos 2 anos deve ser feita a inserção de alimentos complementares. E após os 2 anos, alimentação conjunta com a família.
Não há benefício em se iniciar os alimentos complementares antes dos 6 meses de idade. Pelo contrário, pode haver prejuízos à saúde da criança com: maior número de hospitalizações por doenças respiratórias, mais episódios de diarréia, menor absorção de nutrientes essenciais como zinco e ferro, e também maior o risco de desnutrição.
Frequentemente ouvimos mulheres angustiadas queixando de ter pouco leite ou de que seu leite é fraco. E essa sensação de que algo está errado, de insegurança, geralmente é reforçada por pessoas próximas que interpretam o choro e a necessidade frequente de mamar do bebê (comportamento normal em um bebê pequeno) como fome.
A apojadura (descida do leite) mais comumente ocorre até o terceiro ou quarto dia após o nascimento, essa produção inicial do leite não se relaciona com a sucção do bebê e sim com a produção de hormônios na mãe.
Após esse período, a quantidade de vezes que o bebê mama durante o dia e a capacidade do mesmo de esvaziar adequadamente a mama, irão sim determinar a quantidade de produção do leite materno.
Porém, alguns fatores podem sim prejudicar esse aleitamento materno e devem ser rapidamente identificados e solucionados pelo pediatra e obstetra responsáveis.
Alguns exemplos de fatores que prejudicam o estabelecimento e manutenção do aleitamento materno exclusivo são: bebês com dificuldade de sugar ou sucção fraca, demora na apojadura, mamilos planos ou invertidos ("bico do seio invertido"), dor ou machucados nos mamilos, ingurgitamento mamário ("leite materno empedrado"), mastite ou qualquer outro tipo de lesões (machucados) nos seio.
Sim existe a chance de não conseguir se estabelecer o aleitamento materno exclusivo e necessitar do auxílio das fórmulas lácteas infantis.
Nesses casos usamos as fórmulas lácteas para recém-nascidos, de acordo com a indicação ideal para o bebê.
Existem diversas fórmulas lácteas para bebês no mercado que diferem entre si para atender as necessidades nutricionais de cada fase do desenvolvimento da criança, ou em casos de necessidades especiais.
Importante dizer que não estamos aqui para julgar ou gerar culpa em ninguém. Tanto em mulheres que tentaram bastante, quanto naquelas que por opção particular decidiram não amamentar exclusivamente.
O pediatra tem o papel fundamental de apoiar e orientar a mãe e a família, sempre buscando encontrar a melhor solução para o bem estar, o desenvolvimento adequado e a saúde física e mental de todos os envolvidos.